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domingo, 23 de maio de 2010

Constelação da Baleia




"MIRA" (o-Cet), HIP 10826 uma estrela da CONSTELAÇÃO DA BALEIA, é um caso notável. Seu nome significa maravilhosa em latim, e certamente essa é a impressão que causa devido a grande variação de seu brilho. Mira é uma estrela variável. MIRA É MAIS QUE UMA ESTRELA. São duas! Mira A e Mira B giram em torno de um centro comum de gravidade, embora o segundo astro não seja fácil de perceber nem mesmo com telescópios. Visto da Terra elas parecem uma só, mas na verdade estão afastadas uma da outra por longos 9 bilhões de quilômetros – o mesmo que uma vez e meia a distância do Sol a Plutão. Mira B é apenas uma minúscula anã branca, um tipo de estrela que tem praticamente o mesmo tamanho que o nosso mundo, é pouco luminosa, porém densa o bastante para que apenas um centímetro cúbico dela pese mais de uma tonelada.
UM RAIO X de Mira A e B tirado
pelo telescópio espacial Chandra. Imagem: NASA/CXC/SAO/M.

Mira A, ao contrário, é uma gigante. O Sol ao lado dela nem seria notado. Mira A tem um diâmetro da ordem de 556 milhões de quilômetros, enquanto o Sol tem 1,4 milhão. Mas isso não é humilhante para a nosso astro-rei, porque Mira A tem obesidade mórbida. A estrela atingiu uma fase avançada de seu ciclo de vida e se transformou numa “gigante vermelha”. Seu tamanho aumentou 600 vezes em relação ao do Sol e a estrela está pulsando, como um doente terminal ligado a aparelhos de uma UTI. Aproxima-se o momento em que o combustível nuclear de Mira A vai acabar e ela vai entrar em colapso. Mira está morrendo. Distúrbios magnéticos intensos podem acontecer em sua superfície, ocasionando explosões de raios X e fortes ventos estelares (emissões de partículas carregadas eletricamente), fazendo a estrela perder material rapidamente. Isso de fato foi observado pelo observatório Chandra, da Nasa, um telescópio espacial que faz qualquer astrônomo se sentir como o super-homem, capaz de enxergar em raios X. Através do Chandra, eles perceberam que Mira B está capturando parte do gás e da poeira que escapa da gigante moribunda.

INSACIÁVEL, Mira B suga matéria de Mira A, que está para se colapsar e se transformar numa anã branca.


INCAPAZ DE DETER O DESTINO DA GIGANTE, a pequena Mira B aproveita-se de sua companheira, recolhendo parte do material que ela expele em seus momentos de agonia, onde as colisões entre as partículas que se movem muito rapidamente produzem os raios X observados pelo Chandra. As duas estrelas estão neste momento ligadas por uma ponte de gás quente. Esse sistema estelar fica a mais de 400 anos-luz do Sol (o ano-luz é uma medida de distância e vale cerca de 9½ trilhões de quilômetros). Sorte nossa. Se Mira A estivesse no centro do Sistema Solar em vez do Sol, sua borda se estenderia até depois da órbita de Marte, engolfando a Terra. Famosa desde o século XVII, seu brilho aumenta e diminui num período de aproximadamente 330 dias – e isso é percebido a olho nu. Mira é provavelmente o exemplo mais extraordinário de estrela variável que se tem notícia, e um dos alvos preferidos do olhar curioso dos astrônomos amadores. Cetus (Cet), a Baleia, é uma constelação do equador celeste . O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Ceti. Mira, οu Ceti, a primeira estrela variável a ser descoberta (em 1596 por David Fabricius), varia de magnitude 2,0 a 10,1 e retorna num período de 331,65 dias. Isto apoiava a Revolução copernicana ao abalar o dogma aristotélico da imutabilidade do céu. Além disto, τ Ceti é a vigésima-primeira estrela mais próxima da Terra. As constelações vizinhas são Aries, Pisces, Aquarius, Sculptor, Fornax, Eridanus e Taurus

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