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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Vaticano adota painéis solares para reduzir emissão de poluentes

Arquitetos dizem que painéis não mudarão a paisagem do Vaticano. A Santa Sé anunciou a ativação nesta quarta-feira de um novo sistema de energia solar para tornar mais ecológico o uso da eletricidade no Vaticano. O primeiro prédio do Vaticano com energia solar será à famosa Sala Paulo 6º, próxima à Basílica de São Pedro, onde o papa Bento 16 realiza algumas de suas audiências. Cerca de 2,4 mil painéis solares foram colocados no teto do prédio. O novo sistema vai fornecer energia para o prédio e para vários outros à sua volta durante todo o ano. O sistema também vai permitir que o Vaticano reduza as suas emissões de gás carbônico em cerca 225 toneladas por ano.
Paisagem
Os painéis não podem ser vistos do solo. Arquitetos dizem que a famosa paisagem da Cidade do Vaticano não será alterada. O Vaticano tem como meta fazer com que as fontes de energia renovável respondam por 20% da sua matriz energética até 2020, em sintonia com recomendações da União Européia. O papa Bento 16 é conhecido por seu apoio à iniciativas ambientalistas. O Vaticano já chegou a sediar uma conferência científica para discutir o aquecimento global e as mudanças climáticas. No ano passado, o papa pediu que o mundo dê ouvido às vozes do planeta, antes que seja tarde demais.

De Duncan Kennedy de Roma para a BBC News

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Cidade na Espanha usa cemitério para gerar energia solar

Uma cidade da Espanha decidiu usar um lugar inusitado para instalar um centro de produção de energia solar: o cemitério. As autoridades de Santa Coloma de Gramenet, um subúrbio ao norte de Barcelona (nordeste do país), instalaram nos mausoléus 462 painéis solares, que geram energia equivalente ao que 60 casas consomem por ano. As autoridades de Santa Coloma de Gramenet pensam em apliar o projeto no cemitério.
Inicialmente, a iniciativa enfrentou resistência dos moradores, mas depois de uma campanha pública os familiares e amigos dos mortos passaram a apoiar a idéia. Agora há planos de ampliar a quantidade de painéis no local e triplicar a quantidade de energia gerada dessa forma.
Legado
O cemitério foi escolhido para abrigar o projeto porque trata-se de um dos poucos lugares de Santa Coloma de Gramanet em que há um espaço aberto, plano e onde bate muito sol. A cidade tem uma alta densidade populacional – são cerca de 124 mil habitantes, espremidos em quatro quilômetros quadrados.
Atualmente, os painéis solares cobrem menos de 5% da área total do cemitério, em que estão guardados os restos de 57 mil pessoas. Esteve Serret, diretor da Conste-Live Energy, empresa que administra o cemitério e é responsável pelos painéis, diz que o investimento de 720 mil euros (aproximadamente R$ 2,2 milhões) está evitando que 62 milhões de toneladas de dióxido de carbono poluam a atmosfera.
"A melhor homenagem que podemos prestar a nossos ancestrais, qualquer que tenha sido a religião deles, é oferecer energia limpa para as novas gerações", afirmou Serret.


Fonte BBC News em 24 de Novembro de 2008.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Cidade de Ota no Japão tem mais de 550 "Lares Solares"

Vista de uma residencial utilizando painéis solares no Japão. O custo dos painéis solares é o maior obstáculo para a popularização. Em Ota, uma cidade a 80 quilômetros de Tóquio, no Japão, mais de 550 casas já instalaram painéis solares para produzir energia elétrica. Em um país de recursos naturais escassos como o Japão, as energias renováveis vêm ganhando cada vez mais importância. Nas casas de Ota, quando a produção de eletricidade a partir do sol é maior do que o consumo, os moradores vendem energia para a companhia elétrica. Com isso, é possível ganhar até US$ 50 por mês. Especialistas afirmam que, compradas a preço de mercado atualmente, levaria 30 anos para os moradores recuperarem o investimento nos painéis solares, que custam o equivalente a US$ 20 mil. Mesmo vendendo energia à companhia elétrica. É justamente o alto preço do equipamento que representa o maior desafio para a popularização dessa energia verde, conta Kazuo Nakashima, gerente de habitação da cidade. O governo do Japão acabou com os subsídios a painéis solares em 2006, mas existem planos de reintroduzí-los no ano que vem. Mesmo assim, os subsídios só vão pagar 10% dos custos de instalação dos painéis.
Fonte BBC-News em 11 de Novembro de 2008.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Jovem cria painéis solares com esmalte e acetona

Uma jovem cientista australiana criou células fotovoltáicas - usadas para transformar energia solar em energia elétrica - a partir de produtos parecidos com esmalte e acetona, uma impressora e um forno de pizza, baixando o preço da tecnologia. Nicole Kuepper inventou o processo que barateou os custos. Os painéis solares criados por Nicole Kuepper, de 23 anos, são bem mais simples e mais baratos dos que os tradicionais por não usar tecnologia de ponta, mas mantêm a mesma qualidade. Kuepper, que é estudante da Universidade de Nova Gales do Sul e já patenteou o processo, conta que descobriu a fórmula "quase sem querer". "Eu estava fazendo os testes e esqueci de usar um produto. No final deu certo sem ele", disse ela.
Processo
No processo, Kuepper pulveriza químicos parecidos com esmalte em células de silício e depois passa essas células finas por uma impressora comum que, em vez de tinta, usa acetona para moldá-las no formato certo.
Depois, o material é "assado" em um forno similar ao de pizza, numa temperatura mais baixa do que a do processo normal. Segundo a estudante, o método cria painéis solares mais baratos e tão eficientes quanto os tradicionais. Os gastos com o processo são reduzidos por causa da simplicidade dos materiais usados e da tecnologia, além da temperatura mais baixa. No método convencional, a temperatura utilizada na criação de painéis solares chega a até 800 graus Celsius. Com a nova técnica, a temperatura cai para 300 graus Celsius.
Além disso, o wafer de silício usado para fazer o painel solar tem a espessura de 50 micrômetros (μm), bem mais fino se comparado com o padrão de 250μm. Com a invenção, batizada de iJET, a australiana pretende levar energia barata e limpa para regiões sem acesso à eletricidade, inclusive em países em desenvolvimento, como o Brasil. "Quero oferecer aos dois bilhões de habitantes menos favorecidos que não possuem facilidades elétricas, condições de ler à noite ou de se manterem informados sobre o mundo através do rádio usando energia do sol". Colecionadora de títulos científicos de prestígio na Austrália, a jovem ressalta que, quando o método começar a ser comercializado, daqui a três anos, ele vai reduzir a emissão de gases poluentes causadores do efeito estufa e das mudanças climáticas. A demanda por painéis solares está crescendo em todo o mundo, mas o material ainda custa caro. Para tornar sua casa auto-suficiente em energia, por exemplo, o australiano Michael Mobbs gastou cerca de R$ 70 mil, mas a longo prazo, a relação de custo-benefício compensa. Mobbs não paga mais conta de luz, além de já ter economizado tudo o que gastou em 12 anos.
"Todo ano evito que cerca de quatro toneladas de carvão sejam queimadas e que oito toneladas de gases estufa sejam emitidos na atmosfera", disse ele.
Giovana Vitola de Sydney, Austrália, para a BBC Brasil em 03 de Novembro de 2008