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sexta-feira, 21 de março de 2008

EMPREGO... EMPREGO... EMPREGO...

Maternidades com berçários lotados,
Populações que se duplicam ao quadrado.
Moto contínuo proveniente dos desejos que afloram.
Famílias formadas às pressas em cadeias expoentes.
Qual destino destes milhares de milhões de homens?
Visíveis por todos os lados, em filas, em bancos...
Encontrados em carros, caminhões, ônibus e trens.
A contragosto compro suas bugigangas de
contrabando. Caridade para justificar
falsos empregos que já não têm...
Quanto ao homem solitário,
por todos há de ser execrado.
Não é permitido análise e reflexão, gera confusão!
Ficamos aqui, onde não se pode estar sem desaparecer.
Mais alguns dias...
Que se transformam em anos ao anoitecer.
Nas periferias,
máquinas com engrenagens em alta rotação.
Operários já confundem sua Identidade
com o CGC da Corporação
Vestem macacões coloridos com Rótulos do Patrão.
Escravos dos Relógios de Ponto, com precisão...
Muitos caem fora, não voltaremos a vê-los.
Automaticamente defenestrados pelo GRH imoral.
Muitos ainda sobrarão... Poucos são os elos...
Tomam um susto quando caem no Real.

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