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sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Poema do último peixe

Só depois das florestas destruídas,
dos rios e mares poluídos,
do último peixe morto,
perceberemos, então,
que o dinheiro não se come !

Pensamento Indígena
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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O Mundo Smog

Sol em Curitiba,
Na TV, noticias de Cabul.
Fico perplexo, algo encabulado...
Da janela do apartamento a visão de céu e de sol.
No horizonte, a rigorosa geometria quadriculada.
Ao Norte, o skyline dos edifícios.
Ao Sul, as árvores solitárias,
As Araucárias Angustifólias.
Céu de azul pálido, mist com smog,
Um mix de azul, branco e cinza
Brisa encardida em fog com smog.
Algo parecido com os jeans.
Na mesa, fino pó tomando assento,
nos meus Hay Kays e meus Uais.
A utopia do mundo clean,
Lentamente vencida pela poeira do mundo smog.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Ciclos de Energia

A reciclagem é uma forma de aplicar a Lei da Conservação das Massas, favorecendo a qualidade ambiental. A Matéria é nada mais nada menos do que a Energia Condensada, e a Energia é a Matéria Desintegrada conforme a equação E=m.c.2. Como dizem os físicos quânticos e o próprio Einstein, na linguagem compreensível do cotidiano: as grandes concentrações de energia são captadas na forma de matéria e as pequenas em forma de simples energia. Tudo, portanto, é energia em diversos estágios de concentração e estabilização, em sistemas de relações extremamente complexos, onde tudo está interconectado com tudo, originando a sinfonia universal, as montanhas, os microorganismos, os animais e os seres humanos. Tudo possui uma interioridade indissociável ao mundo espiritual. A Energia é definida como a capacidade de realizar trabalho. O comportamento da energia é descrito pelas leis da Termodinâmica. A primeira Lei da Termodinâmica, ou a Lei da Conservação da Energia, afirma que a Energia pode ser transformada de um tipo para outro, mas não pode ser criada nem destruída. A Luz é uma forma de energia, pois ela pode ser transformada em trabalho, calor ou na energia potencial dos alimentos, dependendo da situação, mas nenhuma parte dela é destruída . A segunda Lei da Termodinâmica, ou a Lei da Entropia pode ser enunciada de várias formas, inclusive a seguinte: nenhum processo que implique uma transformação de energia ocorrerá espontâneamente, a menos que haja uma degradação de energia de uma forma concentrada para uma forma dispersa. O calor de um objeto quente tenderá espontaneamente a se dispersar no ambiente mais frio. A segunda Lei da Termodinâmica pode ser expressa também da seguinte forma: já que alguma energia sempre se dispersa em energia térmica não disponível, nenhuma transferência espontânea como a luz em energia potencial nas células vegetais para a fotossíntese é 100% eficiente. Isso significa que cada 100 unidades de energia solar incidente numa folha de cana de açúcar, 98 são dissipadas em calor e somente 2 unidades são transformadas em açúcar do tipo sacarose. As várias formas de vida estão todas acompanhadas por mudanças energéticas, apesar de nenhuma energia ser criada nem destruída conforme dita a primeira lei da termodinâmica. A energia que chega à superfície terrestre em forma de luz é equilibrada pela energia que sai da superfície sob forma de radiação térmica, esta taxa de energia também é conhecida como Albedo. A essência da vida reside na progressão de tais mudanças como o crescimento, a autoduplicação e a síntese das relações complexas da matéria. Sem as transferências de energia que acompanham todas essas mudanças nestes ciclos naturais, não poderia existir vida nem sistemas ecológicos. A Entropia (do grego entrope em transformação) é uma medida de energia não disponível que resulta das transformações. O termo também é usado como índice geral da desordem associada com a degradação da energia em suas várias formas.
A Terceira Lei da Termodinâmica diz que num cristal perfeito no zero absoluto (-298K), há somente um estado microscópico possível: cada átomo deve estar em um ponto no retículo cristalino e deve ter uma energia mínima. A terceira lei da termodinâmica é base de compreensão da teoria do caos, em todos os aspectos que envolvem transformação de energia, trabalho e dissipação térmica na forma de calor, tanto no microcosmos quanto no macrocosmos. Os organismos vivos, os ecossistemas e a biosfera inteira possuem a característica termodinâmica essencial: eles conseguem manter um alto grau de ordem interna, ou uma condição de baixa entropia, isto é, uma pequena quantidade de desordem ou de energia não disponível num sistema. Alcança-se uma baixa entropia através de uma contínua e eficiente dissipação de energia de alta utilidade como luz, alimentos, a duplicação do código genético e a perpetuação das espécies. No ecossistema a ordem de uma estrutura complexa de biomassa é mantida pela respiração total da comunidade que expulsa continuamente a desordem. Dessa forma, os ecossistemas e os organismos são sistemas termodinâmicos abertos, fora do ponto de equilíbrio, que trocam continuamente energia e matéria com o ambiente para diminuir a entropia interna à medida que aumenta a entropia externa, obedecendo assim o equilíbrio das leis da termodinâmica. Como exemplos, podemos citar que um campo de cana de açúcar, para fins de geração de energia do álcool etílico, produção de açúcar, liberação de oxigênio e fixação de dióxido de carbono através da fotossíntese, tem uma condição de Entropia muito mais baixa do que a extração de petróleo num deserto e sua queima posterior. A Entropia é uma função do estado em que se encontra a matéria. A Entropia é a medida da quantidade de desordem dum sistema, interpretada pela seguinte equação : [S=k.ln(w)]. Onde "S" é a Entropia, "k" é a constante de Boltzmann, "ln" é o Logarítimo Neperiano na base "e", e (w) é o parâmetro de desordem de um sistema. Em um processo reversível, a entropia do universo é constante. Em um processo irreversível, como é a queima de combustíveis fósseis, a entropia do universo aumenta. Há uma preocupação generalizada, de que a ação da civilização possa perturbar a diversidade da vida, o clima e o nível do mar, provocando toda espécie de tragédias para o mundo que conhecemos, desde a elevação da temperatura pela queima de combustíveis fósseis e subseqüente degelo das calotas polares, provocando a inundação de regiões costeiras populosas, à destruição da camada de ozônio que protege a vida dos raios ultravioleta mais danosos, até a extinção em massa e desequilíbrio de ecossistemas inteiros com desertificação de grandes regiões onde atualmente existem as florestas tropicais. Essa preocupação é real porque o desemprego estrutural, as várias formas de poluição, a violência nas grandes cidades, o uso de tóxicos, pode ser interpretado como desequilíbrio do ecossistema humano, onde concluímos que a pior forma de poluição é a miséria.